
Em 2007, foram feitos 83 filmes no Brasil. Eu, que vi e vejo muito, se cheguei a uns 15 foi muito. Se você perde na única semana que ficam em cartaz (e olhe lá!) e nos festivais, não acha mais pra ver em lugar nenhum. Claro que tem os blockbusters e a propaganda maciça em cima deles tomando o lugar dos nacionais, mas isso é mais um motivo pra se investir em distribuição, dando aos brasileiros acesso aos filmes.
Veja o exemplo de Garotas do ABC. Se tivesse a mesma estratégia (?) de lançamento de Tropa de elite, que se popularizou pela boca dos vendedores de piratas pelos centro e periferia do Rio, teria sido, de repente, bem mais visto. Ou teria ao menos chegado às pessoas do universo retratado no filme.
Essa situação levou Carlos Reichenbach, o diretor de Garotas do ABC e em cartaz com Falsa loura, a se perguntar: “Qual é a relevância de se fazer filmes no Brasil?” (no Segundo Caderno de O globo da última sexta – 18/04/08). A resposta dele: “Essa relevância está em se fazer um tipo de cinema que nos ajude a entender o tempo de hoje.” Muito válido. Toda arte tem esse papel fundamental. Eu só tenho uma questão: entendimento de quem?
5 comentários:
Menina assisti ul filme brasileiro, que só valeu mesmo foi pela companhia e pela oportunidade de falar sobre os guarani kaiowá 3 minutos antes do filme começar. Que bom que você vai enviar a carta, quero pedir também que se eles, o governo, reponder pra você sobre a questão, você me avise, ou avise diretamente a FIAN, ok? Bom domingo!!!
Mando bem, Tici. Sempre foi e continua sendo uma verginha a distribuição de filmes brasileiros no próprio Brasil, comparada com a dos estrangeiros, principalmente os americanos. É ridículo. O governo não ajuda ninguém, nem o cinema, nem o teatro. Eu queria que as pessoas fossem ver filmes brasileiros e peças de teatro em vez de ir a shows da Ivete Sangalo, por exemplo. Mas, cadê o apoio? Cadê a divulgação e o incentivo? É muito triste isso.
Quis dizer "mandou bem" e "vergonha". He.
Eu assino embaixo da Dé, minha gostosuda nova iorquina !
Tici estava lendo com muita atenão a frase de Bertold Brecht e gostando ainda mais. Estudei o cotidiano de uma comunidade quilombola há uns 5 anos e achei a frase dele ótima. Não conhecia. Minha orietandora com certeza também vai gostar.
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