quarta-feira, abril 27, 2005

Pecado capital: Gula

Um camelô. Uma baiana diretamente da Rocinha, com um carregado sotaque carioca, oferece acarajé aos transeuntes. Seria só mais uma barraca vendendo algum tipo de comida, não fosse a comida o acarajé.

Aquele cheiro que lembra aquele gosto que saliva a boca. Remete à Bahia. Minha viagem à Bahia, onde o acarajé quente, muito quente foi o principal meio de subsistência do corpo. E agora, numa esquina em pleno Largo da Carioca no Centro do Rio, me invade esse cheiro de tantas boas lembranças.

Fosse milho cozido, churros, chocolate dos mais variados, resistiria. Mas esse cheiro e esse gosto me fazem esquecer as incontáveis calorias presentes naquele pequeno prazer que me espera.

Num rápido diálogo com a baiana da Rocinha se estabelecem os critérios da relação comercial de compra e venda. E cá estou num banco de praça, as mãos sujas, a boca suja, a consciência pesada pelos quilos a mais e uma felicidade indescritível que só um acarajé poderia me proporcionar.

segunda-feira, abril 25, 2005

Exercício de ser criança

Esse é o título de um livro (maravilhoso!) do Manuel de Barros. Aliás, o título do blog é também uma frase dele. Enfim, criança é bom, é maravilhoso, porque ainda não tem construído todo esse leque de conceitos que nós já temos. E assim dão às coisas, pra nós já tão conhecidas, funções e significados que fogem à regra geral. Daí a graça da criança. Daí ela ter essa facilidade de fantasiar a realidade.

Isso tudo porque foi entreouvido num petshop, uma menina escolhendo o único passarinho amarelo entre vários numa gaiola: “ Pai, eu quero aquele ali. O mais maduro.”

Recomeço

Deu vontade de ter um blog de novo. E eu "puft" fiz outro! Vamos ver no que isso dá!